quarta-feira, 30 de março de 2011

De onde surgiu: Honda CB300R

[Introdução]
Olá pessoal. Hoje inauguro um novo tipo de tópico que chamarei de "De onde surgiu?".
O intuito deste tipo de postagem é esclarecer a evolução ao longo do tempo de algum modelo em produção atualmente. Como primeiro modelo, escolhi a Honda CB300R que possui ascendência em uma linha de modelos que conheço bem.

[O ínicio de tudo - CG125]

Vamos voltar lá atrás no tempo, necessariamente na década de 70. A honda veio para o Brasil em 1971 importando e distribuindo seus produtos aqui. Em setembro de 1976 teve ínicio a produção do primeiro modelo da CG125 (conhecida popularmente como "CG Bolinha"), uma moto urbana de mecânica simples. A moto era equipada com motor de 125cc, monocílindrico com refrigeração a ar e câmbio de 4 marchas. Aí começa esta coisa de motos de baixa cilindrada para uso urbano, uma fórmula simples e eficiente. Falei das hondas CG's aqui. Aí está enraízada a predecessão da CB300R. Esta CG foi produzida de 1976 até 1983. Seu motor era do tipo OHV e gerava 11 cv de potência a 9.000 rpm e 0,94 m.kgf de torque a 7.500 rpm. A partir deste modelo, foi criada a Honda ML125 em 1978.

Honda CG125 - Vovó da CG Titan


[CG temperada -> ML125 - Fase01]
A base da ML 125 era a mesma da CG 125. Porém neste modelo foi adicionado freio à disco na dianteira. O motor era o mesmo , do tipo OHV - 11 cv de potência e 0,94 m.kgf de torque. Ficou em produção entre 1978 e 1983. Em 1979 foi lançada a esportiva Turuna.

ML125 - Freio disco dianteiro


[ML apimentada -> Turuna - Fase01]
A primeira Turuna foi lançada em 1979. Nesta versão, foram implementadas novas modificações com base na ML. A capacidade cúbica se manteve a mesma, 125cc, porém o tipo do comando de válvulas foi alterado para OHC (primeira honda com este tipo de motor). Este tipo de engenharia permitia que o motor girasse mais alto, proporcionando mais potência(14 cv a 10.000 rpm e torque = 1 kgf.m a 9.000 rpm).
O paralamas dianteiro foi alterado para de fibra na cor da moto, substituindo o antigo páralamas de metal. A moto possuía um design mais esportivo e atualizado. O freio dianteiro era à disco. Ficou em produção de 1979 até 1983. Em 1983 ML e Turuna foram reestilizadas para o que chamo de "Fase02".

Turuna 125 - Potente motor OHC


[ML melhorada - Fase02]
Este modelo passou a ser produzido em 1983. Veio com uma série de melhorias consideráveis. O design foi alterado radicalmente, adotando formas retas no farol, tanque, pequena fibra na lanterna de freio e laterais.
O sistema de freio foi melhorado, sendo o freio dianteiro à disco acionado por comando hidráulico.
O sistema elétrico também foi melhorado passando a ser de 12 volts. Foi adicionado novo painel de instrumentos com marcador de combustível.
A capacidade do tanque foi para 12 litros. Os amortecedores traseiros agora contavam com regulagem de cinco posições. O câmbio também foi alterado para 5 velocidades.
No ano de 1985 a ML recebeu motor OHC de 14cv o mesmo utilizado na Turuna. Contava também com ignição eletrônica (CDI), aposentando o velho platinado. Foi produzida até 1988.

ML 125 - Itens diferenciados


[Turuna melhorada -> Turuna - Fase02]
Em 1983 a Turuna também foi reestilizada. Mas o tanque permaneceu com o mesmo desenho. O restante das atualizações assim como na ML foram aplicadas à ela.
Em 1985 a Turuna ganhou o mesmo tanque da ML, guidão mais alto e uma pequena carenagem de farol. A diferença entre ML e Turuna resumia-se à estética (ex: Carenagem do farol e paralama [de metal na ML e plástico na cor da moto na Turuna). Foi produzida até 1986.

Turuna - Vocação Esportiva


[Evolução - CBX 150 Aero]
Em 1988 a ML foi substituída pela CBX 150 Aero. Esta moto se aproveitava das tecnologias da ML e foram feitas algumas inovações.
Começando pelo design, baseado nas irmãs maiores, a linha CBR da Honda. Até o grafismo lembrava muito o da CBR 450. Foram implementadas neste modelo, luzes de direção traseiras integradas à lanterna, rodas de alumínio compostas por três raios e o tanque de maior capacidade [agora: 13,4 litros]. Aqui começa a linha CBX de baixa cilindrada. Creio que isto deve-se ao grande sucesso da linha nas grandes motos da Honda na época, tal como a CBX 750 F, vulgo "7 galo".
O motor era derivado do OHC da ML, porém passou a contar com 151,8cm³ e obteve um ganho de potência de 14cv para 15,9cv e o torque passou a ser 1,27 kgf.m a 8.500 rpm. Esta CBX oferecia partida elétrica, item de série pioneiro para uma moto urbana popular. 1,27 m.kgf a altas 8.500 rpm. Foi produzida em 1988 até 1992.

CBX Aero - Prima pequena da CBX750F


[Satisfação - CBX 200 Strada]
Vocação estradeira? Seria essa a alusão do nome "Strada" na linha CBX 200? Bem... neste modelo muitas reclamações dos consumidores quanto ao modelo anterior foram sanadas. A principal delas foi o aumento de torque em baixas rotações. A linha CBX 200 teve ínicio de produção em 1993 ficando em linha até 2002. A configuração era a mesma. Porém o design foi reestilizado e os pneus alterados para a linha MT65 Pirelli sem câmara. O motor passou a ser de 196,9cm³ alcançando 19 cv a 8.500 rpm e 1,7 kgf.m de torque a 7.000 rpm. O conforto também aumentou exponencialmente. O painel de instrumentos contava agora com conta-giros, marcador de combustível e hodômetro parcial.

CBX200 - Pequena guerreira


[Desejo do consumo - CBX 250 Twister]
A CBX Twister foi lançada em 2001 e atiçou o desejo do brasileiro. A Honda vendeu muitas unidades deste modelo. Era o tipo de moto para o perfil do brasileiro, um desejo de anos de espera. Uma moto potente, com recursos melhores e de custo mais acessível que poderia ser utilizada tanto para uso urbano quanto para viagens. O motor foi um novo projeto, com duplo comando no cabeçote e quatro válvulas (DOHC), passando a ter 24 cv a 8.000 rpm e 2,48 kgf.m a 6.000 rpm. Possui câmbio de 6 velocidades. A capacidade do tanque passou a ser 16,5 litros, incluido a reserva e a suspensão passou a ser mono-amortecida. Ficou em produção de 2001 até final de 2008.

CBX250 - Potência e conforto


[Aspiração à Sport Naked - CB300 R]
A CB300R foi lançada em 2009 com design baseado na sua irmã esportiva, CB600F Hornet. Creio que por isso ela faz parte da linha CB e não mais da CBX. Este modelo encheu os olhos da "garotada" e atualmente é o desejo de muitos jovens que estão saindo de suas Cg's Titan para uma moto maior. É o primeiro modelo de média cilindrada da Honda fabricada no Brasil com a tecnologia de injeção eletrônica. Possui painel digital com conta-giros analógico. Banco em degrau e amortecedor traseiro monolink. O motor passou a ter 291,6 cm³ atingindo potência de 26,5cv a 7.500 rpm e torque de 2,81 kgfm a 6.000 rpm. O câmbio é de 5 marchas.
Existem duas versões: Com freio traseiro a tambor e dianteiro à disco;
A segunda com freios à disco em ambas as rodas utilizando tecnologia ABS combinado.
Está em produção desde 2009 até a atualidade.

CB300R - Apelo esportivo


[Conclusão]
Bem, é isso pessoal. Espero que tenham gostado da matéria. Como puderam analisar tudo começou lá atrás, na década de 70, para hoje termos disponíveis no mercado diversos modelos. É certo que ainda vão lançar outros modelos melhorados a partir da CB300R. Grande abraço à todos.

Segue abaixo uma montagem feita por mim demonstrando a linha do tempo/evolutiva para estas motos:

Árvore "Motor-genealógica" - CB300R (Clique para ampliar)


[Fontes]
Wikipédia;
Best Cars - Motos do passado

Um comentário:

  1. Parabéns!!! Essa foi a verdadeira história da evolução,eu, apesar de gostar muito dessas motos, ainda não tinha feito esse trabalho, gostei muito, hoje tenho uma TWISTER, uso em viagens longas, até 1000 KM. Ela é perfeita.

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